O Basquete Cruzada oferece atividades esportivas, culturais e de entretenimento. As ações são destinadas às crianças e adolescentes que residem na comunidade e adjacências, promovendo o exercício da cidadania e reduzindo a situação de vulnerabilidade social, a que são expostos.

O projeto existe desde 1998 e atende atualmente 150 alunos, de crianças de seis anos a adultos. As aulas funcionam em períodos regulares na quadra poliesportiva da comunidade. Quando Wagner Silva tinha 17 anos decidiu que queria entrar no campeonato de basquete entre os bairros e, com dois de seus amigos que praticavam o esporte, foi recrutando moradores da comunidade que tivessem interesse em aprender. Com o tempo, o projeto se estruturou e se ampliou, transformando-se no “Basquete Cruzada”, que se tornou uma referência na comunidade, atuando com o objetivo de apresentar perspectivas aos jovens que vivem no local.

— A vida era difícil. Muitos dos que eu conhecia na comunidade eram envolvidos com o crime. Eu percebi que o esporte poderia salvar a minha vida e a de muita gente — conta o criador do projeto. O rapaz acredita que tudo na vida é questão de referência: enquanto ele via o primo crescer jogando basquete, os outros meninos não tinham em quem se espelhar.

— Isso conta muito para os garotos da comunidade. Eles não encontram isso

dentro de casa e buscam fora — diz.

O Basquete Cruzada passou a ocupar esse lugar de referência na favela. Apesar de ser visto como uma usina de atletas, o objetivo principal é tirar os garotos da rua e lhes apresentar perspectivas.

São inúmeros os casos de sucesso que acontecem no projeto. “Tem o Elias, que foi para o Flamengo e ganhou bolsa para estudar nos Estados Unidos. Tiramos a Jane do tráfico para o muay thai. Ela vai ser professora do esporte. Nosso diferencial é uma equipe formada por psicólogo, pedagoga e assistente social. Não é só jogar bola e deixar a galera se divertir. Cada criança é um universo e procuramos com a família resolver os problemas da forma que dá. Estamos sempre de braços abertos”, diz. O projeto apresenta uma parte das diretrizes dos ODS (Objetivos deDesenvolvimento Sustentável, ou Objetivos Globais para o Desenvolvimento

Sustentável): Transformação territorial através das ferramentas de inclusão social.

Frentes de atuação:

• Psicólogas
• Assistente social
• Pedagogia
• Cine kids
• Artes
• Meditação
• Recreação musical

SOBRE A LOCALIZAÇÃO: “no coração da Zona Sul, ela abriga um lucrativo negócio de venda de drogas que seduz. Ao contrário de muitos amigos meus, sou privilegiado. Cresci tendo três mentores, coisa rara por aqui: meu primo, que jogava basquete, e meus pais. Isso fez com que eu fosse para as quadras cedo.”, comenta Wagner.

Números:

– O projeto completa 24 anos em 2022;

– 30 voluntários, 2 pessoas contratadas por edital que termina em dezembro desse ano; 1 pessoa cedida pelo Instituto Mosaico e 1 contratado para parte administrativa do projeto;

– Já foram atendidas mais de 3 mil crianças e jovens;

– Atualmente são 120 matriculadas, além de cerca de 30 adultos;

– A comunidade Cruzada contempla 10 conjuntos habitacionais com 966 apartamentos ao total (mais de 6 mil moradores)

– O projeto já formou e direcionou cerca de 21 atletas para clubes profissionais ao longo de sua existência; atualmente 07 fazem parte de clubes.